DRA ANA TEIXEIRA MENDES
Psicóloga clínica e da saúde
cédula profissional da Ordem dos Psicólogos Portugueses nº27577

Responsabilização do paciente no seu processo de melhoria
Comecei o acompanhamento e depois?
É comum que o paciente e/ou os pais ou representantes legais, vejam inicialmente o psicólogo como se fosse um comprimido, em que se paga, toma e espera resultados, no entanto, esta visão não é real. Real é o facto de, para haver resultados, tem de ser realizado um trabalho em equipa formada pelo psicólogo e pelo paciente e/ou pais ou representantes legais. No entanto, muitas das vezes desresponsabilizam-se do seu processo de melhoria ou dos seus filhos, esperando resultados quase como de uma forma “milagrosa”. Mas porque é que isto acontece? Eis alguns dos diferentes motivos que tenho vindo a observar:
- Resistência ao processo de melhoria – apesar de sentir dor e sofrimento, muitas vezes, melhorar pode ser mais assustador para o paciente do que permanecer no estado em que está, visto que a melhoria é um terreno desconhecido, querendo assim permanecer na sua “zona de conforto.”
- Facilitismo – espera de que o trabalho com o próprio ou com os filhos, só necessite de ser realizado com o psicólogo.
- Pedido de acompanhamento não ter sido impulsionado pelo próprio - é fundamental que a necessidade de apoio psicológico seja percecionada pelo próprio, caso contrário, salvo raras exceções, será impossível realizar um acompanhamento potenciador do seu bem-estar.
É claro que muitos destes motivos, acontecem devido a mecanismos de defesa presentes no paciente, que não tem consciência disso, sendo a título exemplificativo a negação (negar a dor), a sublimação (tornar um impulso com potencial de dano em algo mais inofensivo) e a racionalização (criação de justificações lógicas para explicar um sentimento ou comportamento difícil de lidar). Cabe, naturalmente ao psicólogo, o fornecimento de estratégias ao paciente para a colmatação destas dificuldades, não sendo mais necessários estes mecanismos de defesa, para além disso, é importante que o paciente se responsabilize sobre este processo. Como?
- Discuta com o seu psicólogo objetivos e estratégias que lhe pareçam realistas às suas motivações;
- Seja um paciente ativo e fiel ao tratamento;
- Não espere resultados de forma imediata;
Ana Teixeira Mendes